quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Minha vida por Cristo



Quando penso no mundo,

que se desvanece e morre

pela falta de Cristo;

Quando penso no caos profundo

em que se despenca

a inquieta e cega humanidade

pela falta de Cristo;

Quando me encontro

com a força da juventude

apática e destroçada

na própria primavera da vida

pela falta de Cristo,

não posso sufocar as queixas

de meu coração.

Quisera multiplicar-me, dividir-me,

para escrever, pregar,

ensinar Cristo.

E do espírito mesmo do meu espírito

brota contundente e único grito:

Minha vida por Cristo!

JOÃO PAULO II

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Aviso Prévio



“... se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação.” ( Eclo 2, 1 )




Calma! Talvez ao ler o título deste texto você imaginou um tema diferente que abordaremos aqui hoje. Não nos deteremos aqui sobre as normas da CLT, e muito menos falaremos do desemprego, apresentando a VC números e estatísticas.

Somos hoje pré-avisados pela palavra de Deus, sempre nova e eficaz, a permanecer e permanecer firme, em preparação a nossa amiga provação. Posso chamá-la assim? Não?! Pois abra teus olhos e ouvidos: ela virá! Por isso faça a amizade com ela, e que ela não te esmague ou te encontre medroso atrás da porta ou debaixo da mesa. Ou seja, pode vir chumbo, mas confiando na graça prosseguiremos sempre.
Para realizar a vontade de Deus é preciso passar pela prova. São as tempestades que fortalecem as raízes das árvores em tempos chuvosos e escuros, e são as provações que provam o homem e suas decisões, fazendo-o forte e privando-o da auto piedade ensinando a cada dia: A cruz não assusta, antes redime.

Fica firme!

Quem disse ou digitou que a vontade de Deus acontece por si só, ou que a veremos passando quando estivermos em nossa sacada ao observar a rua num belo dia de sol? A vontade de Deus não se realiza sozinha, e detalhe, sabemos que é a melhor coisa que poderá nos acontecer, mas não será a mais fácil.
Decida-se por Cristo e não queira um evangelho fácil.

Ao contemplar Jesus crucificado em oração Santo Ambrósio dizia:
“Belas feridas de amor que são preferíveis aos beijos.”


A nossa decisão deve ser sustentada com os meios que Deus nos dá. Rezar o Rosário, ir a Santa Missa todos os dias, fazer penitência (ainda existem pessoas que o fazem), não é luxo de poucos! É graça, mas a graça que encontrou no homem abertura, pois sem a decisão de corresponder á graça de Deus não sairemos do lugar.

Por fim, o Senhor lhe faz um apelo hoje de fidelidade. Jesus te chama à oração e você pode ser fiel HOJE, aposte na palavra de Jesus, confie em sua misericórdia e sê firme. Sem a oração não se vai para frente, e sem a provação não teremos fôlego nos tempos de luta e combate. 

Robson Ferreira
Totus Tuus

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A Família Perfeita


A família perfeita é aquela que não desiste de caminhar, de construir e restaurar o seu lar. A família é igual a uma casa em reformas, é o maior transtorno, às vezes, poeira, entulho, tudo que uma construção pode trazer, penso que você consegue imaginar. Mas esse retrato de uma casa em construção demonstra que ninguém está parado em si, ou acha que já está pronto, apesar dos incômodos está em construção, em reforma, em restauração, ninguém restaura um bem se ele não for muito precioso, e isso é um sinal muito positivo. Quem já não leu este aviso em construções públicas: “desculpe o transtorno estamos em construção, para lhe atender melhor”.

Primeira coisa que precisamos notar, é que em casa ninguém é igual, e estamos em níveis de maturidade diferentes. Os pais têm mais experiência, mas entre eles há diferenças. Os filhos estão crescendo, sendo construídos em todos os sentidos, no físico, no psicológico e no espiritual. Aqui entra em ação o material para construir cada um que se chama respeito e paciência com o processo do outro. Por isso, a família precisa ser o ambiente propício para as mudanças, para o crescimento e até para as crises. Ninguém deve ter vergonha de ser o que é, e está como está em casa. Em minha opinião, existem alguns pontos primordiais para construir e restaurar a família:


1º Restaurar o relacionamento com Deus: a base do sacramento do matrimonio é o amor, sem fazer a experiência de Deus é impossível amar de verdade. O amor real muitas vezes passa pela experiência da morte, do aniquilamento, do esquecer-se de si mesmo; e isso, sem Deus, é impossível superar. Mas é preciso respeitar a experiência religiosa de cada um, saber que ela também é individual, mas que dá para fazer um caminho para Deus, JUNTOS!

2º Fazer da minha casa um ninho de amor: na minha casa eu decido amar primeiro, o processo começa em mim, e eu não posso cobrar aquilo que eu ainda não consigo dar. Procurar defeitos nos outros, culpados, não resolver as situações de tensão ou dificuldades vividas em casa, faz dela um inferno e não um pedaço do céu. Eu preciso sentir o desejo de voltar para casa, ela precisa ser o meu refúgio, meu oásis no meio do deserto. Casa, família, precisa me atrair, significa porto seguro, lugar onde não importa a minha condição: EU SEI QUE SOU AMADO.

3º Partilha e diálogo: isso quer dizer, onde todos crescem no conhecimento de si e dos outros. A falta de diálogo e partilha deixa crescer dentro dos membros da família os venenos que a podem destruir. Os ressentimentos e as magoas, a falta de perdão e o medo de se revelar. Dentro de casa precisa se promover um clima de confiança e aceitação do outro, eu preciso me sentir acolhido para partilhar a minha verdade. Outro dia ouvir a experiência de um movimento que se chama Equipes de Nossa Senhora, que trabalha com casais. Eles têm uma prática que se chama direito de sentar-se. Sentar-se à cadeira, sentar-se à mesa, para falar e ouvir tudo que o outro precisa disser. ISSO É CARIDADE.

Nós não podemos esquecer que cada um tem a sua parte essencial e importante na construção da família, os pais têm seu papel de pilar de sustentação e construção da casa, mas os filhos dão sentido, vigor e alegria aos pais. E assim vamos construindo famílias restauradas.

Oração

Pai santo, Pai amado, a restauração da minha família depende da minha participação ativa e consciente. Do meu amor e compreensão, respeito e paciência com o processo dos meus pais e irmãos, por isso, que eu não sonegue amor e verdade, perdão e misericórdia para com os meus, que esse processo comece em mim primeiro, eu decido amar primeiro em minha família e colaborar com a restauração do santuário da vida, que é minha casa. Amém.

Minha benção fraterna.

Pe Luizinho,
Canção Nova.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Como você corrige as pessoas?

O que não se pode fazer por amor, não se obtém por outros meios



Como você corrige seu filho, seu esposo, sua esposa, seu empregado, seu colega, seu subordinado de modo geral? É um dever e uma necessidade corrigir aqueles a quem amamos, mas isso precisa ser feito de maneira correta. Toda autoridade vem de Deus e em Seu nome deve ser exercida; por isso, com muito jeito e cautela.

Não é fácil corrigir uma pessoa que erra; apontar o dedo para alguém e dizer-lhe: "Você errou!", dói no ego da pessoa; e se a correção não for feita de modo correto pode gerar efeito contrário. Se esta for feita inadequadamente pode piorar o estado da pessoa e gerar nela humilhação e revolta. Nunca se pode, por exemplo, corrigir alguém na frente de outras pessoas, isso o deixa humilhado, ofendido e, muitas vezes, com ódio de quem o corrigiu. E, lamentavelmente, isso é muito comum, especialmente por parte de pessoas que têm um temperamento intempestivo (conhecidas como "pavio curto") e que agem de maneira impulsiva. Essas pessoas precisam tomar muito cuidado, porque, às vezes, querendo queimar etapas, acabam queimando pessoas. Ofendem a muitos.

Quem erra precisa ser corrigido, para seu bem, mas com elegância e amor. Há pais que subestimam os filhos e os tratam com desdém, desprezo. Alguns, ao corrigi-los, o fazem com grosseria, utilizando palavras ofensivas e marcantes. O pior de tudo é quando chamam a atenção dos filhos na presença de outras pessoas, irmãos ou amigos, até do (a) namorado (a). Isso os humilha e os faz odiar o pai e a mãe. Como é que esse (a) filho (a), depois, vai ouvir os conselhos desses pais? O mesmo se dá com quem corrige um empregado ou subordinado na frente dos outros. É um desastre humano!

Gostaria de apontar aqui três exigências para corrigir bem uma pessoa:

Nunca corrigir na frente dos outros.

Ao corrigir alguém, deve-se chamá-lo a sós, fechar a porta da sala ou do quarto, e conversar com firmeza, mas com polidez, sem gritos, ofensas e ameaças, pois este não é o caminho do amor. Não se pode humilhar a pessoa. Mesmo a criança pequena deve ser corrigida a sós para que não se sinta humilhada na frente dos irmãos ou amigos. Se for adulto, isso é mais importante ainda. Como é lamentável os pais ou patrões que gritam corrigindo seus filhos ou empregados na frente dos outros! Escolha um lugar adequado para corrigir a pessoa.

Gostaria de lembrar que a Igreja, como boa Mãe, garante-nos o sigilo da Confissão, de maneira extrema. Se o sacerdote revelar nosso pecado a alguém, ele pode ser punido com a pena máxima que a instituição criada por Cristo pode aplicar: a excomunhão. Isso para proteger a nossa intimidade e não permitir que a revelação de nossos erros nos humilhe. E nós? Como fazemos com os outros? Só o fato de você dar a privacidade à pessoa a ser corrigida, ao chamá-la a sós, ela já estará mais bem preparada para a correção a receber, sem odiá-lo.

Escolha o momento certo.


Não se pode chamar a atenção de alguém no momento em que a pessoa errada está cansada, nervosa ou indisposta. Espere o melhor momento, quando ela estiver calma. Os impulsivos e coléricos precisam se policiar muito nesses momentos porque provocam tragédias no relacionamento. Com o sangue quente derramam a bílis – às vezes mesmo com palavras suaves – sobre aquele que errou e provocam no interior deste uma ferida difícil de cicatrizar. Pessoas assim acabam ficando malvistas no seu meio. Pais e patrões não podem corrigir os filhos e subordinados dessa forma, gritando e ofendendo por causa do sangue quente. Espere, se eduque, conte até 10 dez, vá para fora, saia por um tempo da presença do que errou; não se lance afoito sobre o celular para o repreender “agora”. Repito: a correção não pode deixar de ser feita; a punição pode ser dada, mas tudo com jeito, com galhardia. Estamos tratando com gente e não com gado.

Use palavras corretas.

Muitas vezes, um "sim" dito de maneira errada é pior do que um "não" dito com jeito. Antes de corrigir alguém, saiba ouvi-lo no que errou; dê-lhe o direito de expor com detalhes e com tempo o que fez de errado, e por que fez aquilo errado. É comum que o pai, o patrão, o amigo, o colega, precipitados, cometam um grave erro e injustiça com o outro. O problema não é a correção a aplicar, mas o jeito de falar, sem ofender, sem magoar, sem humilhar, sem ferir a alma.

Eu era professor em uma faculdade, e um dos alunos veio me dizer que perdeu uma das provas e que não podia trazer atestado médico para justificar sua falta. Ter que fazer uma prova de segunda chamada, apenas para um aluno, me irritava. Então, eu lhe disse que não lhe daria outra prova. Quando ele insistiu, fui grosseiro com ele, até que ele pôde se explicar: "Professor, é que eu uso um olho de vidro e, no dia da sua prova, o meu olho de vidro caiu na pia e se quebrou; por isso eu não pude fazê-la". Fiquei com "cara de tacho" e lhe pedi mil desculpas.
Nunca me esqueci de uma correção que o meu pai nos deu quando meus oito irmãos e eu éramos ainda pequenos. De vez em quando nós nos escondíamos para fumar longe dele. Nossa casa tinha um quintal grande e um pequeno quarto no fundo; lá nós nos reuníamos para fumar.

Um dia, nosso pai nos pegou fumando; foi um desespero… Eu achei que ele fosse dar uma surra em cada um de nós; mas não, me lembro exatamente até hoje, depois de quase cinquenta anos, da bela lição que ele nos deu. Lembro-me bem: nos reuniu no meio do quintal, em círculo, depois pediu que lhe déssemos um cigarro; ele o pegou, acendeu-o, deu uma tragada e soprou a fumaça na unha do dedo polegar, fazendo pressão, com a boca quase fechada.

Em seguida, mostrou a cada um de nós a sua unha amarelada pela nicotina do cigarro. E começou perguntando: "Vocês sabem o que é isso amarelo? É veneno; é nicotina; isso vai para o pulmão de vocês e faz muito mal para a saúde. É isso que vocês querem?" Em seguida ele não disse mais nada; apenas disse que ele fumava quando era jovem, mas que deixou de fazê-lo para que nós não aprendêssemos algo errado com ele. Assim terminou a lição; não bateu em ninguém nem xingou ninguém; fomos embora. Hoje nenhum de meus irmãos fuma; e eu nunca me esqueci dessa lição. São Francisco de Sales, doutor da Igreja, dizia que "o que não se pode fazer por amor, não deve ser feito de outro jeito, porque não dá resultado". E se você magoou alguém corrigindo-o grosseiramente, peça-lhe perdão logo; é um dever de consciência.

Felipe Aquino

felipeaquino@cancaonova.com

Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

sábado, 27 de novembro de 2010

Os caminhos de Clara


Recente filme sobre São Francisco lançado na Itália traz cena que faz pensar: Francisco caminha à frente e Clara um pouco atrás. Alguém comenta: “Vejo que segues Francisco!”, ao que ela retruca: “Enganas-te. Sigo caminhos mais profundos.” O santo, ao ouvir o diálogo, sorri, satisfeito.




Qual a razão da alegria de Francisco? Não teria ele preferido ouvir algo como: “Sim, sigo o pai Francisco para toda a vida!”. Certamente não. Na verdade, tal resposta o teria desgostado profundamente. Seu objetivo não era que seus discípulos o seguissem, mas que seguissem Jesus.


Tudo o que Clara e os outros deixaram teve como motivação um amor maior e mais profundo do que tinham uns pelos outros e todos por Francisco: a descoberta radicalmente “convertedora” do amor de Deus. Os abismos inatingíveis desse amor, cuja largura, profundidade, comprimento e altura são incalculáveis e inatingíveis consistiam os caminhos de Clara.


Inevitável pensar, neste outubro, em Francisco e Clara em sua sincera e simples busca do céu pelos profundos caminhos do amor de Deus e vivência do Evangelho. Ao meu redor, a cidade poluída por todo tipo de propaganda política em busca de seguidores. Na imprensa escrita, nos twitters, na TV, nas rádios, esforços de milhares de marqueteiros a serviço dessa ou daquela pessoa que almeja conquistar seguidores.


Ser seguido, hoje, é ter poder de influência sobre as pessoas, é aumentar o prestígio, o poder de barganha, a fama, a boa imagem. Hoje isso vale uma fortuna, além de inflar o ego dos já cheios de si.


O pensamento se volta, então, para a cena do filme. Como Teresinha, também de outubro, Francisco e Clara deixaram tudo: fortuna, juventude, pai, mãe, boa mesa, boa cama, estabilidade, sonhos, planos. Encontraram o amor maior. Andaram na contramão dos que contabilizam seguidores no twitter. Nadaram contra a corrente dos que gastam fortuna para serem seguidos, apreciados, ouvidos, aplaudidos.


Escolheram ser os menores, servos de todos. Teresinha e Clara trilharam o profundo caminho do silêncio, da contemplação, da pobreza absoluta, da castidade e obediência, do radical seguimento de Jesus... e o conheceram e amaram de uma forma que não conseguiram descrever. Ele foi seu tudo, sua plenitude, deixou-se conhecer pelo amar e ser amado.


Francisco trilhou os caminhos da evangelização, do “pessoa a pessoa”, do “porta a porta”. Desposou a Dama Pobreza, a Irmã Castidade, a Donzela Obediência. Foi livre, inteiramente livre. Não se importou com a opinião de ninguém e anunciou Jesus sem medo. Desafios? Sim, ele os teve, não, contudo, a ponto de desanimar no cumprimento de sua missão de serviço à Igreja e aos homens. Quanto a Jesus... conheceu-o e o amou com todas as suas forças, de todo seu coração, com tudo o que tinha e era. Conheceu-o pelo amor recíproco e, segundo o próprio Jesus, ninguém nesta terra conheceu e entendeu melhor seu amor divino.


“Sigo caminhos mais profundos”, disse a adolescente Clara. Que diriam hoje as de sua idade? Sigo Jesus através de Francisco, quis dizer Clara. Quem seguimos nós através dos nossos ídolos? Seguramente, ninguém, a não ser eles mesmos. Seguimos caminhos rasos, superficiais, barulhentos, sem peso de vida eterna.


Caminhos mais profundos dão sentido à vida, levam ao céu, são intermináveis e insaciáveis em busca do Senhor que amamos. Supõem silêncio, solidão bendita, oração. Caminhos superficiais retiram o sentido da vida, adoecem, enojam, levam a nós mesmos e, no melhor dos casos, a uma pessoa que nos decepcionará. Supõem ruído e agitação, geram solidão maldita e estéril irreflexão.




E tu? A quem segues? Segues twitters? Segues ídolos? Segues a ti mesmo? Ou segues caminhos mais profundos? Importa responder. Disso depende a qualidade de tua vida, teu caminho para seres tu mesmo, teu amor a Deus, teu céu.




por Emmir Nogueira, Co-Fundadora da Comunidade Shalom

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Por que espero tantos elogios?

Jesus Cristo compara-nos ao fermento, ou melhor, Ele diz que somos fermento, por isso, envolvidos na massa, é que somos quem Deus nos fez.



Aprendi com o padre Rafael, sacerdote Javista que viveu em missão conosco, – numa comparação maravilhosa – que quando comemos uma torta gostosa, elogiamos sua beleza, perguntamos quem a fez e nos deliciamos com tudo e queremos saber quem a fez para parabenizá-lo. Entretanto, nunca se vê alguém perguntar qual fermento foi usado. Pois é, fermento ninguém vê. Portanto, se continuarmos querendo que nos vejam é possível que ainda não tenhamos compreendido quem somos.


É hora de rever a história e entender o que Jesus nos quis dizer com isso. Caso contrário, vamos querer ser o "enfeite da torta", quando, na verdade, Cristo nos quer realizando o que é essencial: a parte do fermento, e nada mais.

Ricardo Sá
Canção Nova

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ser santo sem deixar de ser jovem








Peça a Deus a santidade do dia a dia.










Se você ainda continua com a ideia de que os santos eram pessoas tímidas, de fala mansa, que de tanto se curvarem ficaram corcundas, que andavam sempre com hábitos, batinas os véus, que não curtiam a vida e fugiam de todas as coisas deste “mundo”. Esse pensamento mudará após conhecer o beato Pier Giorgio Frassati.

Eu também pensava assim. Olhava para os santos, gostava da ideia, mas me sentia muito longe deles. Achava tudo muito difícil, algo realmente distante da minha realidade. Santos como São Francisco, Santa Rita, São Padre Pio... me chamavam a atenção, mas não me sentia capaz de tantas penitências e tantas renúncias. E, assim, só ficava na intercessão.

Em 2008, tive o grande privilégio de realizar um sonho: participar da Jornada Mundial da Juventude, que aconteceu em Sydney, na Austrália. O mais marcante nessa visita foi encontrar o corpo do beato Pier Giorgio. Havia fotos dele e banners que contavam a história de sua vida espalhados por toda a igreja. E cada banner que eu via crescia em mim a vontade de ser santo. Era como se meu coração pulsasse assim: “É possível”. As fotos mostram-no com a galera, na faculdade, acampando, praticando alpinismo. Todas elas apresentavam uma frase de sua autoria, e cada frase revelava seu firme propósito de ser santo sem deixar de ser jovem.


Depois de andar pelo corredor central da catedral e ficar mexido com tudo o que via, segui por um corredor e deparei com uma urna, na qual estava escrito: "The body of blessed Pier Giorgio Frassati". Meu inglês não foi o suficiente para traduzir o que minha alma lia naquele corpo santo que estava à minha frente. Tive forças apenas para me ajoelhar e fazer um único pedido: "Que eu seja santo como você". Em mim vibrava a possibilidade de ser santo do meu jeito, com meus gostos e estilos. Aquela era a prova concreta de que a santidade é possível; a prova de que Deus não tira nada, mas dá tudo. Tive ali um encontro com Deus e com Sua santidade por meio de Pier Giorgio Frassati.


Pier Giorgio me fez entender que posso ser santo do meu jeito, se, em cada ação minha, mostrar que sou de Deus. Isso mudou a imagem que eu tinha dos santos e comecei a vê-los com outros olhos. Hoje entendo que Deus me chama para uma santidade cotidiana. Santidade feita do ordinário que, cheio do poder de Deus, torna-se extraordinário.

Convido-o para fazer também uma experiência com o beato Pier Giorgio. Peça a Deus a graça da santidade feita no seu tempo, no seu espaço. Peça a Deus a santidade do dia a dia.

Tema extraído do livro
'Santos de calça jeans'
Adriano Gonçalves

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A força da manifestação de Deus



A ressurreição é o selo da veracidade da vida de Jesus e de sua morte. Jesus, como homem, morreu após haver pregado a Boa Notícia da chegada do Reino. Deus Pai o ressuscitou testemunhando, por este sinal de sua onipotência, da autenticidade da pregação de Jesus. Pedro diz no relato de Pentecostes: “Deus ressuscitou esse Jesus, e disto nós todos somos testemunhas” (At 2, 32). A propósito escreve João Paulo II: “A cruz não é a última palavra do Deus da aliança: essa palavra será pronunciada na alvorada quando as mulheres, em primeiro lugar, e os discípulos, depois, indo ao sepulcro do Crucificado, verão o túmulo vazio e proclamarão pela primeira vez: Ressuscitou!”



Tomé experimentou esta força da manifestação de Deus e ao reconhecê-lo ressucitado pode exclamar: Meu Senhor e Meu Deus! Esta experiência significa estabelecer Jesus como Senhor da nossa vida, da nossa história, do nosso passado, do nosso presente e do nosso futuro. Ela ainda faz de nós pessoas livres porque o projeto de Deus sobre nós é um projeto de felicidade. O senhor não quer nos oprimir, ao contrário, ele quer que sejamos tudo aquilo que o Pai pensou de nós. Ser o que o Pai nos fez nos realiza como pessoa. Portanto estabelecer Jesus como Senhor e Deus da nossa vida significa ser mais pessoa, mais humano e dar espaço para que os seus desígnios se cumpram em nossas vidas.




Jesus nosso Senhor e Deus nos encaminha para este processo de cura e crescimento em vista da missão que Deus nos deu. Assumir Jesus como senhor da nossa vida é adorá-lo. Nesta atitude de adorar o Senhor reconhecemos interiormente o lugar exclusivo que lhe pertence em nosso coração. Dirigimo-nos a Deus e reconhecemos como criaturas, a majestade e grandeza de Deus e a nossa total dependência dele. É a atitude fundamental de cada cristão consciente do mistério que o envolve e circunda. Eu me prostro diante de Deus, porque Deus é Deus. Não tenho a intenção de pedir-lhe nada, quero estar com ele, estar na sua presença, unida ao seu coração. Uno-me a ele para agradá-lo e faze-lo feliz. Simplesmente me prostro diante de Deus porque Ele é meu Senhor e meu Criador. É o Deus da minha vida!



O peixe vive na água. Fora dela começa a agonizar porque foi criado para viver na água. Nosso lugar é com Deus! Vivemos uma vida infeliz porque vivemos fora do nosso lugar, do nosso habitat que é Deus. Reconhecê-lo como Senhor e Deus é reconhecer que Ele é nosso único amor, nossa única riqueza e nosso único querer. Vivemos nele e para ele, portanto livres e libertos. Ele é um Senhor que não oprime, escraviza, mas nos ensina a sermos pessoa, homens e mulheres novos.



Jesus meu Senhor e meu Deus!

sábado, 13 de novembro de 2010

Atletas de Cristo

Existem momentos em nossa vida, que nos falta fôlego e, como um atleta no auge de sua exaustão, até chegamos a pensar que não vamos conseguir cumprir a prova. Somos invadidos pelo desânimo e estamos a um passo de parar nas nossas fraquezas. Só que

“…o atleta, na luta esportiva, só recebe a coroa, se lutar segundo as regras…” (2Tm2,5).

Se me falta fôlego é porque não tenho treinado como deveria. Se me falta ânimo é porque tenho emprestado meu ouvido a palavras que não produzem esperança e fé. Então começa a gritar dentro de nós a falsa certeza de que “não vai dar”… “não vou aguentar”… “tenho que parar”… e se realmente nos entregamos a este veneno, pararemos e estaremos sujeitos a vaias e deboches. Mas o percurso dessa prova é bem longo amigos e sempre temos tempo suficiente para recobrarmos nossas forças, sintonizar a respiração com as batidas do coração, usar a brisa leve e suave para regular a temperatura corporal. Em pouco tempo o desânimo desaparecerá e a gana de seguir na prova da vida, será retomada. Só precisamos usar a sabedoria que o Senhor nos deu.

 “Esforça-te por te apresentares a Deus como homem provado, como operário que não tem de que se envergonhar…”,(2Tm2,15).

Um atleta de Cristo precisa treinar sempre para a maratona da vida. Começa o dia correndo para a Eucaristia, se alimenta regularmente da Sagrada Escritura, fortalece a musculatura das pernas, dobrando os joelhos em Adoração ao Santíssimo Sacramento, troca os anabolizantes pelas bolinhas do Santo Terço e tem a coragem de reconhecer os erros que comete, se arrepende e se reconcilia com o Senhor, através do seu grande treinador, o Sacerdote.


As provas desta vida acontecem todos os dias e aumentando nosso condicionamento espiritual, estaremos sempre prontos para cumprí-las até o final. Isto é o mais importante… cumprir… seguir… e completá-las. Sabe por que? Na prova de nossas vidas, já tem um vencedor que se chama JESUS CRISTO!.


Deus abençoe!

Wallace Andrade
Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O que é a castidade?




 Talvez algumas das perguntas mais freqüentes entre os jovens sejam: Por que temos de esperar? O que é a castidade?. Atualmente, poderíamos pensar que ninguém mais a vive e muito menos a promove.

A CASTIDADE consiste no domínio de si, na capacidade de orientar o instinto sexual ao serviço do amor e de integrá-lo ao desenvolvimento da pessoa. A Igreja nos diz em "Orientações educativas sobre o amor humano":

"A castidade é exatamente essa virtude do controle, governo, domínio, essa ginástica do coração que mantém em forma a dimensão sexual da pessoa e sua possibilidade de um amor maior".

É a melhor forma de compreender e, sobretudo, de valorizar o amor. Não é uma negação da sexualidade, mas a melhor das preparações para a vida conjugal.

A Castidade é a virtude que nos ajuda a nos conhecer, a poder amar de verdade aos demais e nos sentir amados por eles.


Viver a castidade não significa:



- não sentir atração pelo sexo oposto

- não ter sentimentos de atração por seu namorado ou por sua namorada


- não ter maus pensamentos, mas freá-los no momento em que nos conscientizamos deles.


- não ter impulsos sexuais.


Tudo isto pode existir em nós, mas o importante é que aprendamos a nos controlar e tomemos as rédeas de nosso próprio corpo.


Temos de dizer, no entanto, que não é a virtude mais importante da vida cristã, a virtude mais importante é o AMOR ou a CARIDADE, mas a castidade é, por assim dizer, filha desta virtude, está subordinada a ela, não se trata de agüentar-se e, sim, de se reservar para se entregar, nisso consiste a castidade.

Por: Diana García e Rosario Alfaro Martínez



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Um amigo, um altar

Como os altares, as amizades precisam ser construídas



Altar é lugar de sacrifício, lugar onde se oferece uma vítima em holocausto. Os altares sempre são constituídos para esta finalidade, para através de um sacrifício fazer memória dos favores que Deus concedeu.

Um altar precisa ser construído com esforço pessoal e decisão de coração. Ele é memorial, lugar da teofania, da manifestação do amor de Deus. Amizades são altares.

Amizade é oblação, é ir além do que é natural em nós, é tocar o sobrenatural. Da mesma forma que um altar pressupõe um holocausto, uma amizade traz em si o sacrifício. É preciso sacrificar a nós mesmos, nossas falsas verdades, nossos gostos e desejos pessoais. Amizade é altar, é lugar onde se derrama sentimento, lágrimas, sangue, vida. Se esse derramar em sacrifício não acontece, não há altar, não há amizade.


Como os altares, as amizades precisam ser construídas, edificadas com o que há de melhor em cada um. São sentimentos, experiências, valores, sonhos, que como verdadeiras pedras vão se sobrepondo para que ali verdadeiramente aconteça o sacrifício. São pedras que não podem ser tolhidas pelos desejos de nenhuma das partes, pois trazem em si aquilo que é o melhor, o sagrado, o original de Deus em cada um. Lapidá-las para adaptá-las às nossas vontades, aos nossos desejos, significa profaná-las. Eu não posso construir um altar, uma amizade com nada a não ser o que há de mais puro e sagrado. Eu não posso ser verdadeiramente um amigo se eu não levo comigo a originalidade de Deus em mim. Um altar profanado, uma amizade profanada, só tem um destino: a destruição.

Há um valor especial em qualquer coisa que nós mesmos construímos ou ajudamos a construir, ainda mais quando se trata de pessoas. Uma amizade que não traz em si a vontade de ajudar a construir o outro, não manifesta vida, não há significado, não há porque, não há santidade, não há razão de ser. Um altar é santo em razão do que ele significa. Uma amizade que não constrói o outro perdeu o seu sentido, o seu significado, a sua capacidade de sacralizar.



O ato de construir o outro não é fácil, causa dor em ambos, entraves, muito sacrifício mútuo e pessoal. Mas - como foi dito antes - se não há sacrifício, não há altar. Para construir o outro eu preciso derramar o meu sangue, a minha vida, para que a oferta do meu sacrifício seja capaz de trazer à tona o que há de melhor no outro, mesmo que para isso precise doer primeiro em mim. É um ato de oblação, de oferta, que à medida que nos aproxima do altar, nos aproxima do próprio Deus, tornando-nos interiormente livres. Quanto mais sacrifício há em uma amizade, mais liberdade se adquire, mais próximo de Deus se chega. O altar me leva a alcançar a Deus. Se uma amizade não me leva ao Senhor, ela perdeu a essência.

 
Deus me levou a construir amizades durante a minha vida. Elas são verdadeiros memoriais da visita do Senhor na minha história. São verdadeiros altares onde eu posso me derramar, derramar a minha vida, sacrificar a mim mesmo, ser melhor, crescer na certeza de estar me aproximando cada vez mais de Deus. Se uma oferenda é santificada e apresentada ao Senhor pelo contato com o altar, cada vez que me “derramo” sobre um amigo, sou apresentado mais santo do que poderia ser sozinho. Ninguém se santifica sozinho. Amizades são instrumentos eficazes de Deus para minha santificação.

Deus não colocou somente pessoas em minha vida, me deu amigos, me deu altares onde eu posso perpetuamente me oferecer em holocausto e me sacralizar.


Seu altar,
Renan Félix
Canção Nova

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Sol Eucarístico

O Nosso sistema solar é composto por muitos sóis. Porém, há apenas um Sol grandioso, um Sol capaz de mudar tudo. A sua força gravitacional vai além de qualquer sol já visto e computado por qualquer homem: o Sol Eucarístico.


É incrível que um Deus tão imenso se faz tão pequeno só por amor. A cada dia, em cada celebração Eucarística, adoração, oração, nos encontramos com Jesus. Nós, pequenos perante esse amor paupável e misterioso. Ele, Jesus Eucaristia, não nos diminui ou despresa, mas se desmancha em nós se fazendo um conosco. Ele se coloca ao alcance de nossas mãos.

Diante das coisas consideradas grandiosas pelo mundo, onde colocamos 'sóis' falsos para nos guiar, para serem o nosso centro. Percebemos que o verdadeiro Sol é aquele que destrona as "grandezas" humanas para mostrar a humildade Divina.
Como não se inclinar e não se derramar perante o TUDO desse Deus?

Ele não nos pede nada, pelo contrário, nos dá tudo, desde o ar que respiramos até o amor que sentimos.
Por isso Ele é Digno de todo louvor.
Paz e Bem.
Juliana Santos
Totus Tuus

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Frouxo Fora

Na vida cristã aprendemos que sem uma comunidade o homem não vive e não chega a santidade. Sem o outro não chegamos a santidade. Isto nos mostra estudos na área de psicologia: o homem tem a necessidade de conviver para seu desenvolvimento saudável.
Chegando o final do ano já começamos a avaliar como foi nosso esforço para realizar aquilo que sonhávamos para este ano. Sem medo, avalie-se e assuma: falta muito, e com a graça de Deus, eu conseguirei!

“Nossa capacidade vem de Deus.” (II Cor 3, 5)



Nessa história entra a comunidade, grupo, movimento do qual você participa. É muito importante VC acreditar nos que estão ao teu lado e acolher os que estão chegando. Mas nunca se esqueça, Deus para quando você para. Tudo começa quando você Crê, e tudo que começa com Fé e Coragem cresce. O que nasce grande é monstro. Na Igreja Católica não existem privilegiados, mas sim, ousados.

“Sou tão necessário em meu lugar, como um arcanjo em seu.”
(Newman)

Você acredita naquilo que você faz?



Não existe evangelização sem sacrifício .Nossas comunidades não crescem quando muitos deixam de acreditar e apenas choram suas infidelidades e o crescimento do outro. Não permita isto, peça o fogo do Espírito e veja que a partir de você o Senhor fará a transformação necessária ao seu derredor. É como regime dentro de seminário, um começa e os outros logo aderem a idéia.
Quem disse que Deus não quer grupos cheios que arrebanham aqueles que estão às margens?


“Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens se salvem.” (I Tm 2, 3)

Já ouviu dizer que a galinha do vizinho sempre é mais gorda? Pois então, fuja desta ilusão. Deus não tolera gente feridenta e acomodada em sua obra. Os "intocáveis", os que quizem: "Eu não mudo, sempre fui assim..." não permanecem, a obra é dinâmica e é Deus quem dita as regras para o bem da fraternidade. Por isso sem o Espírito Santo não é possível conviver e permanecer mesmo quando se esbarra nas limitações do outro. É FF (Frouxo Fora). E não se escandalize, aquele que não acredita e possue visão curta na fé não tolera tempos difíceis de combate e provação. Sempre será uma pedra na frente dos projetos de Deus para o grupo.

Ninguém tem paciência comigo!



Por fim, não tenha medo de assumir sua identidade, o seu jeito de ser diante dos outros. A Nossa Experiência com Deus é única mas não exclui o outro, e se acolhemos os que estão de fora da comunidade, precisamos acolher os que estão dentro também, aqueles que rezam diferente e quase batem a cabeça no teto.

Você está disposto a acolher aqueles que Deus acolheu?

Robson Ferreira
Totus Tuus

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Auto Suficiência


O afeto das pessoas se conquista com os gestos simples
No mundo da ciência e da tecnologia, a palavra de ordem que comanda é a “perfeição”, a alta definição.
Acontece que isso não satisfaz às exigências dos seus destinatários, isto é, a realização da felicidade da realidade social. As pessoas não têm sido mais felizes por isso. É sinal de que algo não está totalmente certo e perfeito.

De outro lado, temos os indicativos precisos da Palavra de Deus. Jesus convida as pessoas para que deixem a arrogância, a autossuficiência, o querer ocupar os primeiros lugares e o ser melhores do que os outros. A forma de ser feliz passa por outros caminhos, pela prática da sabedoria e da gratuidade.
Não podemos nos conformar com uma cultura de “qualidade total” no seu instrumental de ação deixando na marginalidade os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos e desvalidos de hoje. Um tempo de prosperidade e de desenvolvimento não pode ser excludente a ponto de privilegiar alguns e não levar em conta a maioria da população.

Um mundo de igualdade, apesar dos direitos individuais adquiridos honestamente, leva a superar as desigualdades e a competição social existente.
Não é fácil entender e praticar a proposta do Evangelho quando diz que “o primeiro é aquele que serve, o maior é o último”. Nestas atitudes estão os autênticos valores para o cristão.

A sociedade capitalista vive num intercâmbio de favores. Ela negocia com quem é capaz de competir, deixando de lado o valor da gratuidade, do perdão a quem não pode pagar e da realidade do pobre. Esses últimos não têm lugar à mesa da classe abastada e privilegiada na posse de bens materiais.


O importante é viver com sabedoria, confiante em Deus e na humildade de coração. O afeto das pessoas e de Deus se conquista com os gestos simples de humildade, muito mais do que com presentes valiosos, mas sem a força do amor e da espiritualidade. Isso significa que os mistérios de Deus são revelados aos simples e não aos orgulhosos e autossuficientes.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Diocese de S. Jose Rio Preto – SP

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Não quero ser 'santo'!


Os santos da modernidade estão para nascer; depende de nós


Não quero ser um 'santo' de rosto triste ou “santo” que se coloca como um “extraterrestre”, ou “santo” que deixou de ser gente. Santidade muitas vezes era compreendida como algo longe. E, muitas vezes, pensamos que nosso jeito de viver não nos levará à santidade, porque estamos ancorados nos santos antigos, assim, tentamos moldar uma santidade segundo nossos esquemas e não segundo a ação do Espírito Santo.
Santificar-se é você descobrir que o projeto de santidade ocorre com a ajuda do Espírito Santo, que move as diferentes pessoas nos diferentes tempos e faz uma obra maravilhosa.
Os santos de calça jeans – os santos da modernidade – estão para nascer. Isso depende de nós, depende do nosso coração, precisamos ser santos com computador, com bateria, santos atuais, santos que saibam conversar com todos e sobre tudo. Jesus não perdia oportunidade nenhuma… Conversava com pecadores, fariseus, samaritanos, leprosos…

A santidade é feita de momentos, é feita do agora, de oportunidades. O Espírito Santo plasma em nós, a todo momento, uma atitude santa. Uma atitude beata (“beato”= feliz). Não negligencie a felicidade que Deus lhe concede, e felicidade é santidade; não estou falando desta felicidade passageira.
A nossa visão está projetada para fora, muitas vezes, para o outro e para o que ele pensa de nós, e não lembramos o que Deus pensa de nós. 

O que você vive hoje é santidade? 
 
São Paulo fala a Timóteo para que este tenha cuidado com o jeito dele de viver, de agir, de sentir. Digo a você: Vigie-se a si mesmo! Cuide-se! Quantas vezes, você não é feliz por causa do outro? E quantas vezes somos empecilhos para a felicidade do outro porque faltou vigilância. Precisamos nos cuidar para não nos tornarmos pessoas insuportáveis.
Uma das coisas mais bonitas é a gentileza; às vezes, um sorriso; outras vezes, oferecer algo a uma pessoa; são atos de santidade. Santidade é feita de sorriso, de estender a mão. Santidade é atitude de quem sabe que recebeu mais que merecia e só tem como retribuir dando-se.
Quero ser santo, sem aspas “”! Quero ser santo de jeans, indo à lanchonete ou partilhando meu sagrado…
E você?
“Tamu junto”
Adriano Gonçalves