A primeira e fundamental vocação da pessoa é a caridade, porque amar é viver a santidade desejada por Deus para cada um de seus filhos e filhas. Evidentemente falamos da Caridade de Cristo. Fui feito para amar em todas as circunstâncias e situações. E o que é amar? É dar a vida. Quando o amor dá menos do que a vida não é amor. Já afirma João Paulo II aos jovens:
“O amor é radical!”
Deus quer um amor de nós efetivo, ou seja, não somente amar aos que me agradam, mas também os difíceis; Deus quer um amor afetivo - no sentido sadio, equilibrado -, ou seja, amor que se compromete.
As pessoas, particularmente os jovens, se inquietam muito com o discernimento do estado de vida e pedem sinais a Deus e às pessoas, porém, elas não percebem que o estado de vida é precedido por um louco apaixonamento por Deus, o que não tem nada a ver com fanatismo e alienação. Pergunto: “você se sente uma pessoa apaixonada por Deus?” e “estar renovando esse amor nas suas escolhas cotidianas?”.
Discernir o estado de vida, obviamente, tem a parte que cabe a Deus, porém, a nossa parte é indispensável. Esta começa exatamente com a primazia que damos de Deus nas nossas vidas. Quando isto não acontece, como discernir bem a vontade de Deus para nós? Talvez estejamos muitos mais correndo atrás da satisfação de nossa vontade e caprichos, ainda que espirituais.
O papa João Paulo II afirma que o homem é um ser íntegro, inteiro. Desfaz-se, então, aquela concepção de “complementaridade para a cooperatividade”.
Entendamos: quando o Magistério fala de “complementaridade entre homem e mulher”, não está dizendo que o homem e a mulher são incompletos no seu “Ser”, mas que ambos, criados na mesma dignidade de “Pessoa”, portanto, “inteiras”, são diferentes como homens e mulheres, são chamados a constituírem uma só carne, a viverem a comunhão como dom recíproco do amor, isso é complementaridade.
Quando o papa diz que o “homem é inteiro”, quer dizer que coopera na felicidade do outro, que é chamado à comunhão com Deus e a uma doação de si aos outros. Não é o esposo, a esposa o sentido essencial da vida do outro, mas Deus, a plenitude que nos plenifica. Assim podemos entender melhor a esponsalidade do matrimônio a Deus, sobretudo, do celibato. E tudo isso é radicado no amor, a vocação por excelência. O discernimento do estado de vida de uma pessoa precisa começar e terminar nessa doação de vida, o que é obra do amor de Deus em nós.
Antonio Marcos
Comunidade Shalom
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